sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Resenha #11 - Extraordinário

Hoje é dia de Black Friday e, embora já esteja no fim, ainda dá tempo de fazer suas compras - eu já fiz as minhas: livros, óbvio. Sei que faz muito tempo que não postava aqui no blog, mas sempre é tempo de voltar a escrever, seja sobre livros, seja sobre coisas, seja sobre pessoas, seja sobre sentimentos. Mesmo com o tempo que estive "fora" do blog, não deixei de ler. Primeiro, porque um estudante de direito nunca deixa de ler, não é? Segundo, que ninguém consegue abandonar a leitura e, embora a maioria já deve ter lido esse livro, não quer dizer que não é valido expor as minhas experiências com ele aqui. 

Então, hoje, vamos conversar um pouquinho sobre o estupendo Extraordinário, da não menos estupenda R.J. Palacio. O livro, que em inglês recebe o nome de Wonder, conta a história de August Pullman, um garoto que está indo para o quinto ano e sofre desde que nasceu de uma doença que deixou seu rosto deformado. Eu fico meio constrangido de usar a palavra deformado, mas é meio essa a definição que o livro dá. Embora esteja indo para o quinto ano, August nunca foi realmente para a escola, sua mãe o ensinava em casa. Assim, o livro conta como o garoto conseguiu se enturmar, ou não, com seus novos colegas de sala, quais foram suas dificuldades e, acima de tudo, o quanto isso mudou, não somente August, mas as pessoas que o circundam.

A primeira coisa a se dizer sobre o livro é que temos diversas visões dos acontecimentos dos livros, isto é, são nos contados os acontecimentos, ora pela visão de August, ora pela ótica de seus colegas e familiares. E é muito perceptível o trabalho que a autora teve para mudar sua escrita. Parece realmente que quando é trocado o narrador, outro escritor começa a ditar a história. É muito interessante ver isso, principalmente quando nós escrevemos.

Embora conte a história de um menino que não tem a aparência como a nossa, não pense que é um livro triste. Obviamente, tem seus momentos de tristeza, mas, na maioria das vezes, esquecemos do problema de August e percebemos ele, apenas como um garoto normal, que tem os mesmos problemas que os nossos. E acho que esse é um dos motivos do livro ser tão extraordinário: ele nos faz ver que o essencial é invisível aos olhos.


O livro é muito sutil, mas ao mesmo tempo dá uns tapas na cara muito forte. Embora tenha sim seu pézinho na velha lição de que não devemos julgar um livro pela capa, é muito singelo o modo que a autora faz isso. A história fala bem mais que apenas da aparência, mas da necessidade de buscar o interior de uma pessoa, antes de conhecer seu exterior. Não apenas execrar os julgamentos de aparência, mas ir além desta, buscar o real âmago, buscar o que realmente nos forma e o que nós somos. Acho que é por isso que o livro é tão bom, uma vez que na sua inocência, no ensina coisas tão valiosas.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Falando Sério #2 - Ler é um dom?

Ah, esse período de provas da faculdade que me impede de escrever aqui. Mas tudo bem, né? A gente releva esse corrido mundo jurídico. E olha só, até consegui dar uma escapadinha e vim aqui escrever mais um Falando Sério. Não vou fazer resenha, porque não tenho lido muito ultimamente, a não ser matérias deste estranho mundo chamado Direito. Bom, vamos deixar de blá blá blá e ir ao texto. Ei-lo:

Eu gosto de ler desde criança Sério mesmo, eu me lembro de desde uns seis anos, minha mãe comprava gibis da turma da mônica, gibis, estes, que me proporcionaram horas e horas de diversão. Ler livros também, eu lia de tudo, não importava se era grande, se era pequeno, ainda me recordo de passar tardes com um livro em minha frente, mesmo quando passavam filmes legais na Sessão da Tarde.

E isso me faz cogitar: porque será que, na geração atual de crianças, nós não vemos os livros tão presentes na vida dos infantes? Será que a leitura foi um dom concedido à nossa geração e a dos mais velhos e esse dom vai morrer conosco? Porque se for assim, eu não consigo imaginar um futuro tão divertido para nossos mais novos.

Claro que é só uma realidade paralela que eu passo a imaginar, mas é algo sério. Com o advento das tecnologias, adaptações de livros ao cinema, programas de televisão que em nada acrescentam, o prazer pela leitura acabou por ser deixado um tanto quanto de lado; é comum que as gerações mais novas, por terem esse desenvolvimento e necessidade por resultados mais rápidos, não consigam encontrar tanto prazer na leitura como nós encontramos. Deveria, pois, ser de nossa obrigação, assim como fizeram nossos pais, incutir nessa nova geração um amor por livros. É por isso que eu não condeno ninguém que lê livros apenas porque estão em alta, como foi com Crepúsculo, uma vez que, tomando um gancho no mesmo ramo literário, quantas pessoas não desenvolveram o hábito da leitura, lendo Crepúsculo aqui, depois partindo para outras séries de vampiros, quem sabe lendo Entrevista com o Vampiro, depois lendo alguma outra coisa de fantasia e assim por diante?

Ler não é um dom. Ler não é algo que nasce com a pessoa. Leitura é um hábito e como todo hábito pode ser desenvolvido e prazeroso e proporcionar momentos novos e únicos. Cada livro é uma porta nova para diferentes mundos e situações que nos proporcionam experiências que nenhum programa de TV e nenhuma rede social jamais poderia fazer.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Falando sério #1 - edições

Não, eu não estou querendo generalizar, mas em sua maioria, o brasileiro não gosta de ler. Já é um sacrifício ver alguém lendo nas ruas, no ônibus, em praças públicas, enfim, avistar um livro nas ruas é cada vez mais difícil. Mas é ridículo o jeito que as editoras tratam seus consumidores, ainda mais ultimamente que, mesmo que de forma pequena, se está crescendo o número de leitores.

As diagramações são horríveis, as letras são simplesmente socadas, o papel não é bonito, as capas são muito moles e os cheiros dos livros nem sempre são bons e não me diga que você não cheira seu livros u.u, sem contar que muitas vezes as revisões são assustadoras, isto é, quando se tem revisão. Isso, sem entrar no mérito de algumas traduções. 

É péssimo ter que comparar, entretanto quando fica inevitável a comparação das minhas edições brasileiras com as minhas edições americanas, fico extremamente chateado com o descaso com que a leitura é tratada no Brasil. Essa minha indignação cresceu quando chegou a minha coleção completa de Harry Potter da Amazon. Sem brincadeiras, são livros lindíssimos. Os livros são em hardcover, as jackets são lindíssimas, a capa dura deles é diferente em cada edição, a diagramação é bem espaçosa, com letra grande e com ilustrações em cada capítulo... bem parecidos com a edição brasileira.

Já passou da hora das editoras começarem a tratar melhor seu leitores, afinal, já que somos nós que desfrutamos de todas as benesses que os livros trazem, não vai fazer nenhum mal melhorar o aspecto visual dos livros para chamar mais atenção dos novos leitores e trazer novidades aos velhos. Mas ainda assim, mesmo com nossa indignação, ainda assim não conseguimos deixar de comprar nossos bons e velhos amigos de longa data, os livros.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Resenha #10 - O Filho de Sobek

O que você acha de juntar os dois maiores de Rick Riordan que esse mundo todo já viu? Sim, é realmente impressionante e dá um gostinho de quero mais. Foi isso que Riordan fez no seu mais novo lançamento, O Filho de Sobek. Nele, nós temos o encontro de Carter Kane (das crônicas dos Kane, aquela trilogia egípcia) e Percy Jackson (dispensa introduções).

O livro (que poderia ser chamado de conto por ser tão pequeno, apenas 40 páginas) discorre sobre o ataque de um crocodilo gigante que está atacando as regiões de Long Island, em Nova York. Então, Carter Kane está nesse empreitada de tentar destruir o monstro. O que ele não esperava era a ajuda de um estranho, já conhecido nosso, Percy Jackson. 

A história é basicamente essa mesmo. Mas não julgue a história por sua simplicidade, meu jovem. Por ser um livro de Riordan é impossível que não seja tão sedutor quanto a ideia de duas culturas tão diferentes se chocando. A escrita do autor é rápida e os acontecimentos do livro são tão marcantes que tiram o fôlego de qualquer leitor que o disponha a ler. E por ser tão curtinho o livro é lido em apenas 30 minutos.

Mas, nem tudo nessa vida são flores e o livro, infelizmente, foi lançado apenas na versão de e-book, ou para aqueles que se aventuram no inglês, na versão nova em paperback de A Sombra da Serpente - o ultimo livro da trilogia dos Kane. Por ser digital, o texto é facilmente achado na internet, em qualquer blog. É um livro que vale muito a pena ler e que me deixou muito entusiasmado com o final. Esperamos uma continuação, nosso caro Rick Riordan. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Resenha #9 - A Hora da Estrela

Clarice Lispector é, de longe, a escritora mais complexa que eu já tive o prazer de ler. E ser complexa é completamente diferente de ser fastidioso; embora nada fácil de ser lida, e mais difícil ainda de ser compreendida, a literatura de Clarice Lispector é muito intimista e reclusa, abusando, na maior parte de seus escritos, dos fluxos de consciência, e acredito ser por isso alguns não conseguirem prosseguir nos contos de Lispector.

Porém, sem dúvida alguma, o penúltimo livro de Clarice é o que mais me chama atenção - pelo menos dos que eu li até agora. A Hora da Estrela conta a história de Macabéa, uma datilógrafa alagoana que migra para o Rio de Janeiro. A moça, pura e que vive em seu próprio mundo, tem uma vida sem graça, sem cor. Até que decide consultar uma cartomante e consegue ver, finalmente, sua vida sobre uma ótica das novas vicissitudes e conseguir desfrutar do brilho irradiante de sua estrela.

A história é realmente simples, até mesmo o narrador da história admite isso. Mas o que mais nos encanta, em se tratando do livro, é a forma de que uma história tão simples e comum, pode ser transfigurada em uma narrativa tão bem estruturada e entusiástica. Outra coisa que é fantástica no livro é que a história relatada não é apenas de Macabéa, mas também, é traduzida a vida do narrador, Rodrigo S. M., e a história da própria palavra em si. 

Talvez, A Hora da Estrela seja o único livro de Clarice Lispector com cunho social, mas isso não deixou que a essência de sua personagem pudesse ser alcançada; Clarice Lispector consegue fazer com que nos sintamos assim como Macabéa se sentia, e isso é um sentimento terrível. Tem-se, pois,

a verdadeira faceta de Clarice Lispector, aquela cativante, delirante e devoradora escritora que não consegue te fazer largar o livro até que você consiga se indagar perfeitamente: qual é o peso da luz?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Resenha #8 - As Vantagens de Ser Invisível

Não, eu não li o livro ainda, está na minha estante, será lido, let's await for it. Logo, o que eu falarei? Sobre o filme, claro. Bom, eis a resenha:

O que mais me atraiu a ir assistir o filme foi a Emma Watson, porque ela é minha paixão platônica desde Harry Potter e o Cálice de Fogo. E o que me surpreendeu é que o filme, embora esteja pautado num cenário extremamente adolescente, como estes filmes da nova história da Cinderella, este trata de problemas muito mais profundos que nós podemos pensar em entender.

Bom, o filme conta a história de Charlie (Logan Lerman), um garoto problemático, impulsionado a ser anti-social por ser diferente, que está sendo transferido de escola por estar indo para o High School. Durante seu período de Middle School, Charlie era excluído por seus colegas. Durante seu período de High School, Charlie é excluído por seus colegas, e o único que consegue ver algum potencial no garoto é seu professor de Literatura Inglesa. Porém, tal situação muda quando Charlie conhece Patrick (Erza Miller) e Sam (Emma Watson). Assim, Charlie conhece quais são as vantagens de ser invisível (que não é a melhor tradução, mas vá lá) e passa a viver sensações novas com seus novos amigos.

Se você parar somente para ler essa sinopse do filme, muito provavelmente não vai se interessar, mas aquilo que mais intriga é que o filme é um misto de sensações. Ele te deixa alegre, triste, com raiva, confuso, mas ao mesmo tempo, a sensação final é de leveza. Além disso, Charlie sofre com um trauma muito profundo de sua infância, revelado apenas no fim do filme, e isso só tende a piorar com o passar da história.

O filme é extremamente deleitoso para aquelas tardes que queremos descansar a mente, porque se passa num fluxo rápido, e nada cansativo, além de ser um filme um tanto quanto inteligente. É um drama totalmente afundado na montanha russa da vida e vai fundo no cotidiano de um milhão de jovens no mundo inteiro, que souberam desfrutar das vantagens de ser invisível. Vale a pena. Sinta-se infinito.

 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Resenha #7 - Carrie, a Estranha

Carrie, a estranha foi o primeiro e único livro de Stephen King que eu li até hoje. Embora tenha sido escrito pelo rei do terror, o livro não me deu medo, talvez porque a história ainda estivesse muito crua, já que este foi o primeiro livro do autor. Mas só porque não me fez ter medo, não quer dizer que o livro é ruim, pelo contrário, o livro me prendeu e me fez refletir sobre alguns aspectos.

Carrie, a estranha conta a história de Carietta White, uma adolescente criada por uma mãe extremamente religiosa e fundamentalista. Por viver num mundo apenas seu, Carrie muito raramente vai ao colégio, e quando vai é alvo de escárnio dos colegas de classe. Após um incidente em sua vida, Carrie descobre que tem o dom da telecinese e começa a pratica-lo, a fim de que tenha total controle sobre ele, visto que sua mãe consideraria sua prática uma bruxaria. A festa de formatura do colégio está chegando e nela, uma peça será pregada em Carrie. Basta ler para descobrir qual será a reação da garota.

Carrie, a estranha me marcou bastante devido à verossimilhança que Stephen King usa ao escrever seu texto. Usando de ensaios, textos e estudos, mesmo que fictícios, King confere ao texto um caráter bem jornalístico que nos faz crer que o ocorrido com Carrie é de fato real. E isso ajuda também na fluidez do texto. 

Carrie, a estranha é um livro diferente para quem está acostumado com os YA como eu e uma leitura nova que nos insere no mundo do terror, ou então, do realismo fantástico. A única coisa que me surpreende, é o porque de Stephen King ter querido jogar os manuscritos deste livro tão fantástico fora após ter terminado de escrever :O

sábado, 11 de maio de 2013

Resenha #6 - O Maravilhoso Mágico de Oz - BAUM, L. Frank


Acreditem ou não, eu nunca havia lido "O Mágico de Oz", apesar de, logicamente, conhecer alguns pontos essenciais da história. Portanto, quando o Mate apareceu quando o livro na aula, eu tive que pegar emprestado! Obrigada, Mate ^^

Por só ter lido o livro agora, depois de adulta, sinto que perdi algo na leitura, sabe? Talvez aquela ingenuidade de ver tudo como criança. Mais ou menos a sensação que o Mate passou com a Resenha #4 - A Bolsa Amarela. No entanto, ganhei outras tantas coisas ao ler com uma visão adulta.

"O Maravilhoso Mágico de Oz" narra a história de Dorothy, uma garotinha que mora com seu tios nas pradarias do Kansas. Até que, por causa de um ciclone, é levada, junto com sua casa, até o mundo do Mágico de Oz. Lá, em sua busca ao retorno do lar, acaba por conhecer diversos amigos, que buscam também outras dádivas: O Espantalho, que quer um cérebro; o Homem de Lata, que deseja um coração e o Leão, que anseia coragem. Juntos, passarão por incríveis aventuras, enquanto procuram aquilo que pensam necessitar.

Justamente pela dita visão adulta, mencionada acima, sinto a necessidade de comentar mais algumas coisas sobre o livro. 
Quando o estava lendo, algumas imagens vieram a minha mente, entre elas, do mangá "Fruits Basket" e do livro "As Crônicas de Nárnia". Muitas vezes, quando desejamos demasiadamente algo, somos incapazes de olhar ao nosso redor e para nós mesmos. Essa incapacidade pode nos levar a uma cegueira, sempre visando as qualidades dos outros sem apreciar as nossas próprias, fazendo-nos acreditar em pessoas e soluções que, na realidade, não existem. E esse livro mostra justamente isso.
Ocasionalmente,  o caminho que trilhamos não será o mais fácil nem o mais curto, mas pode ser o melhor e mais proveitoso para nós e para os outros.

Realmente espero que quem não leu o livro, leia; e quem leu quando criança, releia-o quando adulto, pois, é essa uma lição que todos deveríamos levar conosco.



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Resenha #5 - A árvore que dava dinheiro

Você muito provavelmente já ouviu aquele velho adágio que afirma que dinheiro não dá em árvore. Mas e se desse? Será que ele seria a solução dos problemas da cidade ou será que ele apenas traria mais perdição e ruína? É isso que Domingos Pellegrini nos leva a pensar na sua narrativa do livro A árvore que dava dinheiro

Ganhei esse livro aos 11 anos e nunca consegui lê-lo por inteiro. Talvez seja porque, na época, o livro tinha uma linguagem intangível ao meu conhecimento e a narrativa não me chamou a atenção por completo. Porém, e graças a Deus por isso, nossos gostos mudam ao longo do tempo e eu finalmente consegui prosseguir a minha leitura.

O livro se inicia contando a história de um velho rico e sovina. Entretanto, o velho não se mostra tão sovina assim, ao deixar de herança à cidade uma semente que acabaria por germinar uma árvore que dá dinheiro. Após ser plantada, não há ninguém na cidade que dê atenção à folhinha, que vira um galho, que cresce, cresce, cresce até virar árvore. Acontece que certo dia, a árvore começa a dar dinheiro ensandecidamente e então, cada família da cidade opta por destruir a árvore e plantar um pedaço dela em seu jardim, a fim de que faça nascer dinheiro no seu quintal. Quando as flores de dinheiro florescem é pura alegria. O pessoal do pequeno vilarejo de Felicidade começa a juntar dinheiro adoidado. A árvore não para de dar dinheiro. É dinheiro até onde a vista alcança. O problema é quando as pessoas descobrem que esse dinheiro só vale dentro da cidadela de Felicidade, porque quando sai da região, as notas magicamente viram pó. E nisso decorre o livro, na evolução e no desenvolvimento que os felicenses dão à situação.

Embora à primeira vista, o enredo pareça ser bobo, ele nos leva a pensar em diversas questões que podem ser postas em prática na ordem econômica. O primeiro tópico que pensei foi a inflação que começaria a ocorrer na cidade, visto que já que existia muito dinheiro, este acabaria por perder completamente seu valor. Em decorrência disto, haveria uma desvalorização do comércio e dos fluxos de dinheiro e por fim, com as pessoas conseguindo comprar o que quisessem, ocorreria na sociedade um surto de futilidade e da falsa necessidade por supérfluos. O livro, embora seja juvenil, engana-se quem pensa que é pueril, visto que trata de como o dinheiro pode influenciar a vida social, tanto trazendo benefícios, quanto atenuando os malefícios.

A linguagem do livro é muito simples e uma coisa que mais me chamou atenção foi a falta de nomes das personagens. Eles são apenas chamados de Velho, Velha, Mulher, Homem, Menino, Menina; o que me intrigou nisso foi a generalização que o autor fez e ainda assim conseguiu dar particularidades a cada uma das personagens. Além disso, Pellegrini coloca como personagem mais peculiar o Açougueiro, que é o único que não se deixa levar pelas ilusões que a árvore causa na mente das pessoas de Felicidade.

O livro está mais que recomendado àqueles que gostam de uma leitura leve, divertida, com toques de ironia e acima de tudo, rápida. Sério mesmo, eu li em duas horas, e não me arrependi nem um pouquinho :D

terça-feira, 7 de maio de 2013

Resenha #4 - A Bolsa Amarela

Confesso que fiquei um pouco preocupado quando decidi fazer essa resenha. Primeiramente, porque é sobre um livro infantil, segundo que não sei se serei claro e farei vocês compreenderem o quão profundo eu achei este livro. Acontece que eu o li enquanto estudava no ensino fundamental e nesse período, ninguém tem noção daquilo que o autor quis realmente dizer. É necessário uma mente mais crítica para tal fim e eu só consegui descobrir o que Lygia Bojunga quis me passar em seu livro, lendo-o quase dez anos depois. 

A Bolsa Amarela conta a história de Raquel, uma menina que sente-se sozinha por sua família, que não é criança, mas ainda não é adolescente e que têm três vontades básicas: ser um menino, ser escritora e crescer logo. Com suas vontades subestimadas e reprimidas, Raquel entra em um conflito consigo própria, tentando descobrir ao longo do livro quem ela é. A partir de dado momento, a protagonista ganha uma bolsa amarela e coloca dentro dela todos seus anseios, desejos, aflições, medos e acaba por fazer da bolsa o personagem principal do livro. Deste momento em diante, Raquel acaba por misturar sua ficção à realidade, nos levando a desfrutar do seu mundo secreto.

O que mais me deixou intrigado em relação à esse livro foi o modo como a autora decidiu escrevê-lo. Nele vemos tudo a partir da visão de Raquel e então não sabemos como as coisas realmente aconteceram ou não. Raquel pode por muitas vezes ser hiperbólica ou diminuir os conflitos que vive. A leitura é realmente muito rápida e fácil, primeiramente por ser um livro dedicado ao público infanto-juvenil e também porque as lições únicas e inenarráveis transmitidas pelo livro desprezam a necessidade de uma literatura mais densa;

Ler A Bolsa Amarela me fez refletir nos conflitos e diálogos que temos enquanto crescemos, mas, principalmente, nas diferenças que se tem da vida de criança e adulto. Ao meu parecer, nota-se neste livro que as crianças tem sempre uma capacidade de pensamento bem maior que os adultos. Talvez nesse caso, este livro seja totalmente voltado ao público adulto. Uma coisa é fato: Lygia Bojunga captura em seus escritos a total vontade de ser criança novamente que cada um guarda na nossa bolsa amarela interior. 

Eu pensava que teria vergonha em escrever sobre tal livro aqui, principalmente por medo de ouvir o que as pessoas que leem aqui pensarão, mas agora, me veio à mente que isso é só mais um medo de adulto e que a criança dentro de mim não se preocupa com isso. Se você leu esse texto até o final, então não tenha medo de ler A Bolsa Amarela, você, com certeza, não vai se arrepender.

domingo, 5 de maio de 2013

Resenha #3 - Todo Garoto Tem


"Cal: Vamos lá. Me dê uma chance de eu provar a você que tenho. 
Jane: Tem o quê? 
Cal: Coração."


Esse livro é o terceiro volume da coleção “Garoto” de Meg Cabot, porém não há prejuízo em lê-lo antes dos outros. Foi o primeiro que li e o que me levou a ler os outros dois. Todas as historias são independentes, mas de alguma forma conectadas =D


Jane, criadora e desenhista do cartoon mundialmente famoso Wondercat (Wooooondercat!!), entusiasta de gatos, nunca fez uma viagem internacional em toda sua vida (de cerca de 30 anos), extremamente atrapalhada e só namora perdedores. Ah, e melhor amiga de Holly, é claro!

Cal, jornalista, correspondente de guerra, viajado pelo mundo, fluente em diversas línguas, entusiasta de questões sobre política internacional, autor de um recém publicado livro sobre a Arábia Saudita e o Petróleo e melhor amigo de Mark. Não nos esqueçamos de mencionar que ao invés de um coração possui uma pedra de gelo no lugar!

Seus destinos se cruzam quando Holly e Mark decidem fugir para se casar na Itália, por suas famílias não aceitarem as diferenças religiosas, e convidam seus melhores amigos para serem seus padrinhos e testemunhas. Porém, desde o primeiro encontro no saguão do aeroporto, Jane e Cal simplesmente se detestam (Afinal, como que alguém nunca ouviu falar do Wondercat?), mas tudo pode acontecer nessa viagem...


Foi realmente uma ótima surpresa para mim este livro, principalmente por lê-lo sem expectativa nenhuma. Pelo titulo do livro, achava que seria um romance com jovens, colegiais e afins, no estilo “Diário de uma Princesa”, da mesma autora. No entanto, acabei encontrando uma divertidíssima Chic-lit.

É muito engraçado ler a reação de Cal e Jane um ao outro. Teve momentos em que eu não conseguia parar de rir alto, e olha que não sou escandalosa!

A forma como o texto é escrito também é muito interessante: através do diário de viagem de Jane, do palm-top de Cal e de mensagens trocadas entre os celulares de todos no grupo.

Uma Chic-lit muito (muuuuuito) engraçada, leve, romântica e recomendadíssima para quem gosta do gênero ou simplesmente gosta de dar boas risadas!

Vivi

Olá!

Olá pessoal,
Me chamo Viviane e estarei postando algumas resenhas aqui, junto com o Matheus.
Eu deveria estar utilizando esse post para me apresentar, mas... Digamos que não sou muito boa em falar sobre mim mesma XD
Então, aí vai algumas coisas bem básicas sobre mim: tenho vários irmãos, inclusive sou gêmea, gosto de livros e sou viciada em seriados. Tenho ascendência japonesa e, por isso, sou baixinha e tenho olho puxado.

Não tenho muito mais o que falar e por isso espero que vocês compreendam um pouco mais de mim com o que eu for escrevendo aqui,

Até logo   =D

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Resenha #2 - Clarice Falcão


Falar de música no cenário brasileiro atual está difícil, não é mesmo? É tanta patifaria que não se sabe mais distinguir aquilo que é, de fato, música e aquilo que não é; e em se tratando de Clarice Falcão, ela consegue ser, simplesmente, um divisor de águas daquilo que é bom e daquilo que é ruim.

Eu já conheço a Clarice há algum tempinho, mas acho que ela acabou por ficar mais famosa ultimamente, principalmente com sua atuação no canal do youtube, Porta dos Fundos, com vídeos hilariantes. Além de cantora, a moça, de 23 anos e nascida no Recife, é também atriz e roteirista e namorada do Gregório Duvivier, segundo a wikipédia.

Mas não é disso que eu quero falar, quero falar da música de Clarice Falcão. 

Hoje, ouvi-lá é como uma espécie de terapia. As músicas de Clarice Falcão me fazem querer a paixão cada vez mais e ao mesmo tempo, me afastar desse sentimento que só dói. É realmente, uma música de apaixonados, ou daqueles que terminaram seu relacionamento a pouco tempo e agora estão chorando desesperadamente, sem, também, excluir aqueles que não estão nem um pouco a fim da paixão, mas ainda assim, a ouvem, simplesmente por ela ser boa.E isso me faz refletir nas letras das canções. 

Elas são de um lirismo, mas ao mesmo tempo de uma simplicidade que toca ao âmago; As músicas, todas, tratam de como o amor pode ser visto de uma forma prosaica e cotidiana e ainda assim não perder seu encanto, romantismo e emoção. 

Acho que se mais pessoas ouvissem Clarice Falcão, seríamos, nó mínimo, mais criteriosos quanto aos nossos gostos musicais. Ou não. Só o que sei é que vale realmente a pena, parar, sentar e ouvir ao seu mais novo CD.

Beijos pra geral, aí  :D

Ps: se você já conhecia Clarice Falcão, deixe aqui o que achou dela desde o início. Se conheceu ela ou suas músicas, a partir desse post, comente aqui o quanto você amou suas músicas; comentem o que quiser também, quero ouvir vocês.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Resenha #1 - The Maze of Bones (O labirinto de ossos)


Preciso confessar, sou fã de Rick Riordan. Nenhum de seus livros, até hoje, me decepcionou. Acho que por não escrever uma literatura tão densa, Riordan conseguiu cativar um público fiel, principalmente com suas fascinantes histórias mitológicas. Acontece que esse livro não é nada mitológico. The maze of bones dá início a uma série The 39 clues. São 11 livros, escritos em conjunto por mais outros 6 autores. Riordan, embora apenas introduza a série, deixa a desejar. Desejar que minha mãe compre todos os outros livros da série.

Dá-se o resumo da ópera:
Amy e Dan Cahill são órfãos que estão sob a tutela de uma tia megera e são netos de uma avó fantástica e muito rica, Grace Cahill. Acontece que a vida acontece e Grace morre. Como toda avo rica, Grace Cahill deixa uma herança para seus inúmeros parentes. E pasmem, eles vêm de todo o mundo, só para receber seu quinhão devido. Grace, entretanto, dá uma escolha para os herdeiros: escolher a herança ou se aventurar numa jornada que daria ensejo à possibilidade de descobrir um tesouro. Algumas pessoas escolhem seu dinheiro e estão muito bem, obrigado. Mas, claro, que nem todo mundo é resignado assim,  portanto, há quem escolha procurar pelo tesouro. Dentre eles, Amy e Dan, mesmo que seja contrariando a vontade de sua tutora. Grace deixa então, para aqueles que escolheram uma pista, que levaria a outra e a outra e a outra, até que encontrariam o fabuloso tesouro. Só que os garotos não tinham informação alguma para buscar as outras pistas; mas graças à suas experiências antigas e conhecimentos prévios, eles vão descobrindo mais e mais pistas. Mais e mais pistas. E de resto você necessita ler.

O livro é maravilhoso. Fez-me relembrar meus tempos de criança. Uma das minhas brincadeiras favoritas era a Caça ao Tesouro e que criança não gostava, não é mesmo? A leitura do livro é muito rápida, sem delongas e sem momentos intermináveis. Sério, quando você vê, você já leu umas cinquenta páginas. 

Só não se deve esquecer que é um livro ficcional, que mistura verdade com invenção, típico de Rick Riordan, livros que ensinam e divertem. Que são reais e ao mesmo tempo impossíveis. E como sempre, Riordan termina seus livros do nada, te obrigando a querer mais, mais, mais, mais. Ainda não tive o prazer de ler os outros, mas com certeza, serão alguns dos próximos da minha lista.

Alguém?

Alô, alô, testando, alguém me escuta? Enfim, acho que sim.

Cá estou eu, novamente, escrevendo mais uma vez um blog e esperando profundamente que este dê certo, porque dada as minhas ultimas experiências no mundo dos blogueiros, pode-se dizer que eu não tive tanta sorte (apesar de que meu ultimo blog teve até que um número alto de visualizações, mas isso não vem ao caso). Portanto, senhoras e senhores, é com orgulho e satisfação que vos apresento o Resenhando, tcham tcham tcham.

O Resenhando nasceu nada mais nada menos que dá vontade de escrever. Eu vi que os blogs/vlogs sobre resenhas sejam elas literárias, cinematográficas e afins, estão se difundindo com bastante rapidez; logo, eu, que amo escrever e mais ainda amo ler (paixão antiga, sabe), resolvi juntar o útil ao agradável e escrever mais um desses blogs que não será apenas mais um desses blogs. Tá conseguindo acompanhar até agora?

Ai você se pergunta: "quem és tu, para tentar escrever resenhas sobre alguma coisa?". Bom, eu sou o Matheus, tenho 17 anos, sou Cristão convicto, muito obrigado. Já disse que amo ler (basta olhar o background para perceber)? Já disse que amo escrever? Então, basta dizer que sou apreciador de cinema? E comer, vale? Se você já sabe tudo isso, deve saber, também, que eu sou estudante de Direito.

Acho que por enquanto está bom, vamos ver como a banda toca e como o blog vai se sair, espero que renda, mas se não render, vamos continuar indo. É isso, até uma próxima, beijo para todos, see you, guys.