sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Resenha #11 - Extraordinário

Hoje é dia de Black Friday e, embora já esteja no fim, ainda dá tempo de fazer suas compras - eu já fiz as minhas: livros, óbvio. Sei que faz muito tempo que não postava aqui no blog, mas sempre é tempo de voltar a escrever, seja sobre livros, seja sobre coisas, seja sobre pessoas, seja sobre sentimentos. Mesmo com o tempo que estive "fora" do blog, não deixei de ler. Primeiro, porque um estudante de direito nunca deixa de ler, não é? Segundo, que ninguém consegue abandonar a leitura e, embora a maioria já deve ter lido esse livro, não quer dizer que não é valido expor as minhas experiências com ele aqui. 

Então, hoje, vamos conversar um pouquinho sobre o estupendo Extraordinário, da não menos estupenda R.J. Palacio. O livro, que em inglês recebe o nome de Wonder, conta a história de August Pullman, um garoto que está indo para o quinto ano e sofre desde que nasceu de uma doença que deixou seu rosto deformado. Eu fico meio constrangido de usar a palavra deformado, mas é meio essa a definição que o livro dá. Embora esteja indo para o quinto ano, August nunca foi realmente para a escola, sua mãe o ensinava em casa. Assim, o livro conta como o garoto conseguiu se enturmar, ou não, com seus novos colegas de sala, quais foram suas dificuldades e, acima de tudo, o quanto isso mudou, não somente August, mas as pessoas que o circundam.

A primeira coisa a se dizer sobre o livro é que temos diversas visões dos acontecimentos dos livros, isto é, são nos contados os acontecimentos, ora pela visão de August, ora pela ótica de seus colegas e familiares. E é muito perceptível o trabalho que a autora teve para mudar sua escrita. Parece realmente que quando é trocado o narrador, outro escritor começa a ditar a história. É muito interessante ver isso, principalmente quando nós escrevemos.

Embora conte a história de um menino que não tem a aparência como a nossa, não pense que é um livro triste. Obviamente, tem seus momentos de tristeza, mas, na maioria das vezes, esquecemos do problema de August e percebemos ele, apenas como um garoto normal, que tem os mesmos problemas que os nossos. E acho que esse é um dos motivos do livro ser tão extraordinário: ele nos faz ver que o essencial é invisível aos olhos.


O livro é muito sutil, mas ao mesmo tempo dá uns tapas na cara muito forte. Embora tenha sim seu pézinho na velha lição de que não devemos julgar um livro pela capa, é muito singelo o modo que a autora faz isso. A história fala bem mais que apenas da aparência, mas da necessidade de buscar o interior de uma pessoa, antes de conhecer seu exterior. Não apenas execrar os julgamentos de aparência, mas ir além desta, buscar o real âmago, buscar o que realmente nos forma e o que nós somos. Acho que é por isso que o livro é tão bom, uma vez que na sua inocência, no ensina coisas tão valiosas.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Falando Sério #2 - Ler é um dom?

Ah, esse período de provas da faculdade que me impede de escrever aqui. Mas tudo bem, né? A gente releva esse corrido mundo jurídico. E olha só, até consegui dar uma escapadinha e vim aqui escrever mais um Falando Sério. Não vou fazer resenha, porque não tenho lido muito ultimamente, a não ser matérias deste estranho mundo chamado Direito. Bom, vamos deixar de blá blá blá e ir ao texto. Ei-lo:

Eu gosto de ler desde criança Sério mesmo, eu me lembro de desde uns seis anos, minha mãe comprava gibis da turma da mônica, gibis, estes, que me proporcionaram horas e horas de diversão. Ler livros também, eu lia de tudo, não importava se era grande, se era pequeno, ainda me recordo de passar tardes com um livro em minha frente, mesmo quando passavam filmes legais na Sessão da Tarde.

E isso me faz cogitar: porque será que, na geração atual de crianças, nós não vemos os livros tão presentes na vida dos infantes? Será que a leitura foi um dom concedido à nossa geração e a dos mais velhos e esse dom vai morrer conosco? Porque se for assim, eu não consigo imaginar um futuro tão divertido para nossos mais novos.

Claro que é só uma realidade paralela que eu passo a imaginar, mas é algo sério. Com o advento das tecnologias, adaptações de livros ao cinema, programas de televisão que em nada acrescentam, o prazer pela leitura acabou por ser deixado um tanto quanto de lado; é comum que as gerações mais novas, por terem esse desenvolvimento e necessidade por resultados mais rápidos, não consigam encontrar tanto prazer na leitura como nós encontramos. Deveria, pois, ser de nossa obrigação, assim como fizeram nossos pais, incutir nessa nova geração um amor por livros. É por isso que eu não condeno ninguém que lê livros apenas porque estão em alta, como foi com Crepúsculo, uma vez que, tomando um gancho no mesmo ramo literário, quantas pessoas não desenvolveram o hábito da leitura, lendo Crepúsculo aqui, depois partindo para outras séries de vampiros, quem sabe lendo Entrevista com o Vampiro, depois lendo alguma outra coisa de fantasia e assim por diante?

Ler não é um dom. Ler não é algo que nasce com a pessoa. Leitura é um hábito e como todo hábito pode ser desenvolvido e prazeroso e proporcionar momentos novos e únicos. Cada livro é uma porta nova para diferentes mundos e situações que nos proporcionam experiências que nenhum programa de TV e nenhuma rede social jamais poderia fazer.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Falando sério #1 - edições

Não, eu não estou querendo generalizar, mas em sua maioria, o brasileiro não gosta de ler. Já é um sacrifício ver alguém lendo nas ruas, no ônibus, em praças públicas, enfim, avistar um livro nas ruas é cada vez mais difícil. Mas é ridículo o jeito que as editoras tratam seus consumidores, ainda mais ultimamente que, mesmo que de forma pequena, se está crescendo o número de leitores.

As diagramações são horríveis, as letras são simplesmente socadas, o papel não é bonito, as capas são muito moles e os cheiros dos livros nem sempre são bons e não me diga que você não cheira seu livros u.u, sem contar que muitas vezes as revisões são assustadoras, isto é, quando se tem revisão. Isso, sem entrar no mérito de algumas traduções. 

É péssimo ter que comparar, entretanto quando fica inevitável a comparação das minhas edições brasileiras com as minhas edições americanas, fico extremamente chateado com o descaso com que a leitura é tratada no Brasil. Essa minha indignação cresceu quando chegou a minha coleção completa de Harry Potter da Amazon. Sem brincadeiras, são livros lindíssimos. Os livros são em hardcover, as jackets são lindíssimas, a capa dura deles é diferente em cada edição, a diagramação é bem espaçosa, com letra grande e com ilustrações em cada capítulo... bem parecidos com a edição brasileira.

Já passou da hora das editoras começarem a tratar melhor seu leitores, afinal, já que somos nós que desfrutamos de todas as benesses que os livros trazem, não vai fazer nenhum mal melhorar o aspecto visual dos livros para chamar mais atenção dos novos leitores e trazer novidades aos velhos. Mas ainda assim, mesmo com nossa indignação, ainda assim não conseguimos deixar de comprar nossos bons e velhos amigos de longa data, os livros.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Resenha #10 - O Filho de Sobek

O que você acha de juntar os dois maiores de Rick Riordan que esse mundo todo já viu? Sim, é realmente impressionante e dá um gostinho de quero mais. Foi isso que Riordan fez no seu mais novo lançamento, O Filho de Sobek. Nele, nós temos o encontro de Carter Kane (das crônicas dos Kane, aquela trilogia egípcia) e Percy Jackson (dispensa introduções).

O livro (que poderia ser chamado de conto por ser tão pequeno, apenas 40 páginas) discorre sobre o ataque de um crocodilo gigante que está atacando as regiões de Long Island, em Nova York. Então, Carter Kane está nesse empreitada de tentar destruir o monstro. O que ele não esperava era a ajuda de um estranho, já conhecido nosso, Percy Jackson. 

A história é basicamente essa mesmo. Mas não julgue a história por sua simplicidade, meu jovem. Por ser um livro de Riordan é impossível que não seja tão sedutor quanto a ideia de duas culturas tão diferentes se chocando. A escrita do autor é rápida e os acontecimentos do livro são tão marcantes que tiram o fôlego de qualquer leitor que o disponha a ler. E por ser tão curtinho o livro é lido em apenas 30 minutos.

Mas, nem tudo nessa vida são flores e o livro, infelizmente, foi lançado apenas na versão de e-book, ou para aqueles que se aventuram no inglês, na versão nova em paperback de A Sombra da Serpente - o ultimo livro da trilogia dos Kane. Por ser digital, o texto é facilmente achado na internet, em qualquer blog. É um livro que vale muito a pena ler e que me deixou muito entusiasmado com o final. Esperamos uma continuação, nosso caro Rick Riordan. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Resenha #9 - A Hora da Estrela

Clarice Lispector é, de longe, a escritora mais complexa que eu já tive o prazer de ler. E ser complexa é completamente diferente de ser fastidioso; embora nada fácil de ser lida, e mais difícil ainda de ser compreendida, a literatura de Clarice Lispector é muito intimista e reclusa, abusando, na maior parte de seus escritos, dos fluxos de consciência, e acredito ser por isso alguns não conseguirem prosseguir nos contos de Lispector.

Porém, sem dúvida alguma, o penúltimo livro de Clarice é o que mais me chama atenção - pelo menos dos que eu li até agora. A Hora da Estrela conta a história de Macabéa, uma datilógrafa alagoana que migra para o Rio de Janeiro. A moça, pura e que vive em seu próprio mundo, tem uma vida sem graça, sem cor. Até que decide consultar uma cartomante e consegue ver, finalmente, sua vida sobre uma ótica das novas vicissitudes e conseguir desfrutar do brilho irradiante de sua estrela.

A história é realmente simples, até mesmo o narrador da história admite isso. Mas o que mais nos encanta, em se tratando do livro, é a forma de que uma história tão simples e comum, pode ser transfigurada em uma narrativa tão bem estruturada e entusiástica. Outra coisa que é fantástica no livro é que a história relatada não é apenas de Macabéa, mas também, é traduzida a vida do narrador, Rodrigo S. M., e a história da própria palavra em si. 

Talvez, A Hora da Estrela seja o único livro de Clarice Lispector com cunho social, mas isso não deixou que a essência de sua personagem pudesse ser alcançada; Clarice Lispector consegue fazer com que nos sintamos assim como Macabéa se sentia, e isso é um sentimento terrível. Tem-se, pois,

a verdadeira faceta de Clarice Lispector, aquela cativante, delirante e devoradora escritora que não consegue te fazer largar o livro até que você consiga se indagar perfeitamente: qual é o peso da luz?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Resenha #8 - As Vantagens de Ser Invisível

Não, eu não li o livro ainda, está na minha estante, será lido, let's await for it. Logo, o que eu falarei? Sobre o filme, claro. Bom, eis a resenha:

O que mais me atraiu a ir assistir o filme foi a Emma Watson, porque ela é minha paixão platônica desde Harry Potter e o Cálice de Fogo. E o que me surpreendeu é que o filme, embora esteja pautado num cenário extremamente adolescente, como estes filmes da nova história da Cinderella, este trata de problemas muito mais profundos que nós podemos pensar em entender.

Bom, o filme conta a história de Charlie (Logan Lerman), um garoto problemático, impulsionado a ser anti-social por ser diferente, que está sendo transferido de escola por estar indo para o High School. Durante seu período de Middle School, Charlie era excluído por seus colegas. Durante seu período de High School, Charlie é excluído por seus colegas, e o único que consegue ver algum potencial no garoto é seu professor de Literatura Inglesa. Porém, tal situação muda quando Charlie conhece Patrick (Erza Miller) e Sam (Emma Watson). Assim, Charlie conhece quais são as vantagens de ser invisível (que não é a melhor tradução, mas vá lá) e passa a viver sensações novas com seus novos amigos.

Se você parar somente para ler essa sinopse do filme, muito provavelmente não vai se interessar, mas aquilo que mais intriga é que o filme é um misto de sensações. Ele te deixa alegre, triste, com raiva, confuso, mas ao mesmo tempo, a sensação final é de leveza. Além disso, Charlie sofre com um trauma muito profundo de sua infância, revelado apenas no fim do filme, e isso só tende a piorar com o passar da história.

O filme é extremamente deleitoso para aquelas tardes que queremos descansar a mente, porque se passa num fluxo rápido, e nada cansativo, além de ser um filme um tanto quanto inteligente. É um drama totalmente afundado na montanha russa da vida e vai fundo no cotidiano de um milhão de jovens no mundo inteiro, que souberam desfrutar das vantagens de ser invisível. Vale a pena. Sinta-se infinito.

 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Resenha #7 - Carrie, a Estranha

Carrie, a estranha foi o primeiro e único livro de Stephen King que eu li até hoje. Embora tenha sido escrito pelo rei do terror, o livro não me deu medo, talvez porque a história ainda estivesse muito crua, já que este foi o primeiro livro do autor. Mas só porque não me fez ter medo, não quer dizer que o livro é ruim, pelo contrário, o livro me prendeu e me fez refletir sobre alguns aspectos.

Carrie, a estranha conta a história de Carietta White, uma adolescente criada por uma mãe extremamente religiosa e fundamentalista. Por viver num mundo apenas seu, Carrie muito raramente vai ao colégio, e quando vai é alvo de escárnio dos colegas de classe. Após um incidente em sua vida, Carrie descobre que tem o dom da telecinese e começa a pratica-lo, a fim de que tenha total controle sobre ele, visto que sua mãe consideraria sua prática uma bruxaria. A festa de formatura do colégio está chegando e nela, uma peça será pregada em Carrie. Basta ler para descobrir qual será a reação da garota.

Carrie, a estranha me marcou bastante devido à verossimilhança que Stephen King usa ao escrever seu texto. Usando de ensaios, textos e estudos, mesmo que fictícios, King confere ao texto um caráter bem jornalístico que nos faz crer que o ocorrido com Carrie é de fato real. E isso ajuda também na fluidez do texto. 

Carrie, a estranha é um livro diferente para quem está acostumado com os YA como eu e uma leitura nova que nos insere no mundo do terror, ou então, do realismo fantástico. A única coisa que me surpreende, é o porque de Stephen King ter querido jogar os manuscritos deste livro tão fantástico fora após ter terminado de escrever :O